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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Ao "Dia do Samba"

Nascido em 11 de dezembro de 1910, no Rio de Janeiro, o filho do comerciante Manuel Garcia de Medeiros Rosa e da professora Martha de Medeiros Rosa, Noel Rosa é merecidamente o homenageado do Dia do Samba, neste ano.

Criado em Vila Isabel, bairro carioca, o garoto estudou no tradicional Colégio São Bento, onde fazia a alegria de seus colegas tocando bandolin. Mais tarde ele foi para a Faculdade de Medicina, mas desistiu logo. À época, Noel já tocava violão muito bem e tornara-se bastante conhecido na boemia da cidade.

Nas noitadas regadas à cervejas e sambas, o “Poeta da Vila” encontrou sua verdadeira vocação. Abandonou o sonho dos pais para seguir a carreira de sambista. Resultado: Noel Rosa consagrou-se como um dos melhores compositores da chamada “Época de Ouro” da MPB.

Abaixo, você pode ler Tarzan (O Filho do Alfaiate), uma das minhas preferidas.



Noel Rosa: Tarzan, O Filho do Alfaiate


Quem foi que disse que eu era forte?
Nunca pratiquei esporte, nem conheço futebol...
O meu parceiro sempre foi o travesseiro
E eu passo o ano inteiro sem ver um raio de sol
A minha força bruta reside
Em um clássico cabide, já cansado de sofrer
Minha armadura é de casimira dura
Que me dá musculatura, mas que pesa e faz doer

Eu poso pros fotógrafos, e destribuo autógrafos
A todas as pequenas lá da praia de manhã
Um argentino disse, me vendo em Copacabana:
'No hay fuerza sobre-humana que detenga este Tarzan'

De lutas não entendo abacate
Pois o meu grande alfaiate não faz roupa pra brigar
Sou incapaz de machucar uma formiga
Não há homem que consiga nos meus músculos pegar
Cheguei até a ser contratado
Pra subir em um tablado, pra vencer um campeão
Mas a empresa, pra evitar assassinato
Rasgou logo o meu contrato quando me viu sem roupão

Eu poso pros fotógrafos, e destribuo autógrafos
A todas as pequenas lá da praia de manhã
Um argentino disse, me vendo em Copacabana:
'No hay fuerza sobre-humana que detenga este Tarzan'

Quem foi que disse que eu era forte?
Nunca pratiquei esporte, nem conheço futebol...
O meu parceiro sempre foi o travesseiro
E eu passo o ano inteiro sem ver um raio de sol
A minha força bruta reside
Em um clássico cabide, já cansado de sofrer
Minha armadura é de casimira dura
Que me dá musculatura, mas que pesa e faz doer

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Intervozes: Levante Sua Voz

Inspirado no documentaŕio de Jorge Furtado, Ilha das Flores (1989), o vídeo Levante Sua Voz, produzido pelo Intervozes Coletivo Brasil de Comunicação Social com o apoio da Fundação Friedrich Ebert Stiftung, revela a concentração dos meios de comunicação no Brasil.

A mensagem central do curta é a urgência da democratização dos meios de comunicação de massa, que atualmente são controlados por menos de dez famílias.



Ficha técnica:

Roteiro, direção e edição: Pedro Ekman
Produção executiva e produção de elenco: Daniele Ricieri
Direção de Fotografia e- câmera: Thomas Miguez
Direção de Arte: Anna Luiza Marques
Produção de Locação: Diogo Moyses
Produção de Arte: Bia Barbosa
Pesquisa de imagens: Miriam Duenhas
Pesquisa de vídeos: Natália Rodrigues
Animações: Pedro Ekman
Voz: José Rubens Chachá

Acesse o Observatório do Direito à Comunicação!

domingo, 15 de novembro de 2009

Sexta-feira 13 causou acidente do Rodoanel em São Paulo

Por Humberto Carvalho Jr.

Para o Partido da Imprensa Golpista (PIG), a tragédia do Rodoanel, em São Paulo, ocorrida na última sexta-feira (13), não passou de um fato de má sorte comum a data. Ao menos, é assim que deveríamos entender o acidente se acompanharmos o raciocínio dos donos da mídia.

Veja abaixo, manchete do website G1, da Rede Globo, no sábado (14). A imagem foi publicada pelo weblog Cloaca News. Clique na imagem para acessar a mátéria na íntegra.


Inacreditavelmente, a matéria afirma que técnicos do Instituto de Criminalística investigarão o acidente para saber se houve falha na execução da obra. "Eles vão analisar se as vigas estavam bem presas no viaduto", ridiculariza o portal de notícias. Comprovarão apenas o óbvio, inclusive as irregularidade já denunciadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Auditoria realizada, em 2008, pelo TCU revelou que o consórcio formado pelas empreiteiras OAS, Mendes Júnior e Carioca alterou o projeto básico da obra para baratear o custo dos viadutos. Segundo reportagem de Adriana Ferraz, do jornal Agora, o superfaturamento na construção do trecho sul do Rodoanel apontam prejuízo de cerca de R$ 180 milhoẽs ao cofres públicos. Leia mais aqui.

"Jornalismo Canalha"

Contudo, tantos critérios de noticibilidade evidentes no caso não foram suficiente para ganhar as manchetes dos principais jornais do país. Na capa do maior diário paulista, Folha de S. Paulo, apesar da fotografia da cena do crime em primeiro plano, o apagão foi que ganhou destaque em letras (quase) garrafais.

Nenhuma das reportagens publicadas nos jornalões burgueses relacionaram o fato às relações espúrias entre as empreiteiras e o governo tucano. O candidato do PIG, José Serra, mais uma vez escapou ileso.

Travestida de jornalismo, a campanha continua.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

As "caetanas bobagens" de Veloso em alexandrinos de cordelista baiano

Inspirado no mestre Cuíca de Santo Amaro, o Cordelista Antonio Barreto, natural de Santa Bárbara-Ba, publicou em seu blog um cordel sobre o festival de baboseiras do cantor Caetano Veloso. Confira!

Caetano Veloso: um sujeito alfabetizado, deselegante e preconceituoso

Eu já estava estressado
Temendo até por vingança.
Meus alunos na escola
Leitores da ‘cordelança’
E a galera em geral
Sempre a me fazer cobrança.

Todo mundo me acusando
De cordelista medroso
Omisso, conservador
Educador preguiçoso
Por não me pronunciar
Sobre Caetano Veloso.

Logo eu, trabalhador,
Um pouco alfabetizado
Baiano de Santa Bárbara
Sertanejo antenado
Acima de tudo um forte...
E por que ficar calado?

Resolvi tomar coragem
E entrei logo em ação.
Fui dialogar com o povo
E colher a opinião
Se Caetano está correto
Ou merece punição.

Lápis e papel na mão
Comecei a anotar
Tudo em versos de cordel
Da cultura popular
A respeito de Caetano
Conforme vou relatar.

— Artista santo-amarense
Amante da burguesia
Esse baiano arrogante
Cheio de filobostia
Discrimina o presidente
Esbanjando ironia.

— Caro artista prepotente
Tenha mais discernimento.
Seja um Chico Buarque
Seja Milton Nascimento
Seja a luz do Raul Seixas
Deixe de ser rabugento.

— O Caetano deveria
Ser modesto e mais gentil
Porém o seu narcisismo
Que não é nada sutil
Faz dele um homem frustrado
Por ser bem menor que Gil.

— Seu comportamento vil
É algo de outra vida
Ele insiste em muitos erros
Não cura sua ferida
Por isso sua falação
É de alma involuída.

— Caetano é um arrogante
Partidário da exclusão
O que ele fez com Lula
Faz com qualquer cidadão
Sobretudo gente humilde
Que não tem diplomação.

— Por que este cidadão
( o Caetano escleroso )
Não criticou Figueiredo
Presidente desastroso ?
Além de aproveitador
O Caetano é medroso.

— Esse Cae que ora vejo
Não representa a Bahia.
Ser o chefe da Nação
Esse invejoso queria
Mas a sua paranóia
Pouco a pouco lhe atrofia.

— Já pensou se o Caetano
Fosse então educador ?!
“Mataria” os seus alunos
Pela falta de pudor
Pela discriminação
Pelo brio de ditador.

— Ele não leu Marcos Bagno
Pois é leitor displicente.
Seu preconceito lingüístico
Contra o nosso presidente
Discrimina Santo Amaro
Terra de Assis Valente.

— Ele ofende até os mortos:
Paulo Freire, Gonzagão
Patativa do Assaré
O Catulo da Paixão
Ivone Lara, Cartola
Pixinguinha, Jamelão...

— Caetano é um imbecil
Da ditadura um amante.
Um artista egocêntrico
Decadente ambulante
Se julga intelectual
Mas é mesmo arrogante.

— A Bahia está de luto
Diante da piração
Desse artista rabugento
Que adora a exclusão,
Vaca profana, ególatra
Que quer chamar a atenção.

— Vai de reto, Caetanaz
Pega o Menino do Rio
Garoto alfabetizado
Que te provoca arrepio.
Esse sim, não é grosseiro
Nem cafona pro teu cio.

— Um burguês reacionário
Que odeia a pobreza.
Ele não gosta de negro
E só vive na moleza.
Sempre foi um lambe-botas
Do Toninho Malvadeza.

— Vou atender meu cachorro
Pois é algo salutar
Muito mais que prazeroso
Que parar pra escutar
O Caetano elitista
Que começa a definhar.

— Certamente o Caetano
Esqueceu do Gardenal.
Bem na hora da entrevista
Lá se foi o bom astral
Desandou no Estadão
Dando um show de besteiral !

— Caetano ‘Cardoso’ segue
Sempre a favor do “vento”
Por entre fotos e nomes
Sem lenço nem argumento
Vivendo só do passado,
Cada vez mais ciumento.

— Eu respeito a sua arte
Mas preciso declarar
Que quando não tá na mídia
Cae começa a atacar
Sobre tudo as pessoas
De origem popular.

— O Caetano gosta mesmo
É de gente diplomada:
Serra, Aécio, Jereissati,
Toda tribo elitizada...
Bajulou FHC
Que fez muita trapalhada.

— O Caetano discrimina
Pois está enciumado.
Na verdade, o nosso Lula
É um homem educado.
Um nordestino sensível
Muito mais que antenado.

— Dona Canô, com 100 anos
Não perdeu a lucidez.
Mas seu filho Caetano
Ficou pirado de vez
Transformando-se num “cara”
De profunda insensatez.

— Ofendeu Marina Silva
— Através do Silogismo
Mistura de Lula e Obama
Logo quer dizer racismo:
Mulher cafona, grosseira
Analfabeta – que abismo!

Adoro Mabel Veloso,
Betânia, dona Canô...
Para toda essa família
Meu carinho, meu alô.
Mas o mestre Caetanaz
Já está borocoxô!

É proibido proibir
O cordelista versar
Pois conforme disse Cae
“Gente é para brilhar”.
Então permita ao poeta
Liberdade de pensar.

Brasileiros, brasileiras
A Bahia está de luto.
Racistas em nossa terra
Radicalmente eu refuto.
Estamos envergonhados,
Todos fomos humilhados
Oh Caetano ‘involuto’.

FIM

Salvador, triste primavera de 2009


quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Imprensa nativa recebe aula de jornalismo do presidente Lula


Por Humberto Carvalho Jr.




Se por demagogia ou não, a verdade é que o presidente Lula, hoje (29), durante o discurso de abertura da Iº Expo Catadores, em São Paulo, aplicou mais uma lição na imprensa nativa. “A figura do chamado formador de opinião pública, que antes decidia as coisas neste país, já não decide mais”, alertou o presidente.

E, em seguida, explicou:
“É porque este povo já não quer mais intermediário, este povo tem pensamento próprio, este povo anda pelas suas pernas, trabalha pelos seus braços, enxerga pelos seus olhos e fala pela sua boca. E o que é mais importante, este povo, gente, adquiriu o gosto, o gosto de uma palavra chamada cidadania. Este povo aprendeu a andar de cabeça erguida, este povo aprendeu a ser dono do seu nariz”.
O comentário do presidente, deliberadamente ignorado pela maioria dos jornalistas dos grandes grupos de comunicação do país, partidários naturais da oposição, aquela do progresso a qualquer custo, trata-se de uma análise bastante lúcida da realidade brasileira, do antigo jogo político que a mídia gorda participa ativamente, disfarçada de observador desinteressado.

Ainda em tom de improviso, o presidente continuou a aula, sugerindo uma nova pauta aos jornalistas que faziam a cobertura do evento:
“(...) E queria pedir para a imprensa, vocês, companheiros jornalistas que estão aqui na frente. Hoje vocês têm a oportunidade de fazer a matéria da vida de vocês. Se esquecerem a pauta do editor de vocês e se embrenharem no meio desta gente, escolher um, qualquer um, para conversarem sobre a vida deles, sobre o sonho deles. Não tem importância que eles falem bem ou mal do governo. Publique apenas o que eles falarem, não tentem interpretar. E vocês vão perceber que poderão fazer hoje a matéria que durante os quatro anos de estudo da profissão de jornalismo vocês tiveram que fazer, a grande matéria da vida de vocês, sobre a vida desta parte humilde da sociedade”.
Porém, como a maioria dos jornalistas optaram pela pauta do editor, a notícia publicada pelos grandes veículos de mídia é a iniciativa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que financiará carros elétricos para catadores de material reciclável.

domingo, 25 de outubro de 2009

Folha de S. Paulo é a maior afetada pela diminuição de leitores de jornal no Brasil


Por Humberto Carvalho Jr.


Com base em dados do Institudo Verificador de Circulação (IVC), O Jornal da Record afirma que a Folha de S.Paulo, devido a uma crise de credibilidade, foi a mais afetada em relação à queda no número de leitores de jornais no país.

De acordo com a reportagem do JR, os números apresentados pelo IVC refletem o processo de decadência do diário da família Frias, marcado pela falta de compromisso com os princípios básicos do jornalismo, pelo distanciamento da realidade.

Assista à máteria na íntegra.



sábado, 24 de outubro de 2009

Contra a violência do agronegócio e a criminalização das lutas sociais


Do Mst.org


As grandes redes de televisão repetiram à exaustão, há algumas semanas, imagens da ocupação realizada por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em terras que seriam de propriedade do Sucocítrico Cutrale, no interior de São Paulo. A mídia foi taxativa em classificar a derrubada de alguns pés de laranja como ato de vandalismo.

Uma informação essencial, no entanto, foi omitida: a de que a titularidade das terras da empresa é contestada pelo Incra e pela Justiça. Trata-se de uma grande área chamada Núcleo Monções, que possui cerca de 30 mil hectares. Desses 30 mil hectares, 10 mil são terras públicas reconhecidas oficialmente como devolutas e 15 mil são terras improdutivas. Ao mesmo tempo, não há nenhuma prova de que a suposta destruição de máquinas e equipamentos tenha sido obra dos sem-terra.


Na ótica dos setores dominantes, pés de laranja arrancados em protesto representam uma imagem mais chocante do que as famílias que vivem em acampamentos precários desejando produzir alimentos.

Bloquear a reforma agrária

Há um objetivo preciso nisso tudo: impedir a revisão dos índices de produtividade agrícola cuja versão em vigor tem como base o censo agropecuário de 1975 e viabilizar uma CPI sobre o MST. Com tal postura, o foco do debate agrário desloca-se dos responsáveis pela desigualdade e concentração para criminalizar os que lutam pelo direito do povo. A revisão dos índices evidenciaria que, apesar de todo o avanço técnico, boa parte das grandes propriedades não é tão produtiva quanto seus donos alegam e estaria, assim, disponível para a reforma agrária.

Para mascarar tal fato, está em curso um grande operativo político das classes dominantes objetivando golpear o principal movimento social brasileiro, o MST. Deste modo, prepara-se o terreno para mais uma ofensiva contra os direitos sociais da maioria da população brasileira.

O pesado operativo midiático-empresarial visa isolar e criminalizar o movimento social e enfraquecer suas bases de apoio. Sem resistências, as corporações agrícolas tentam bloquear, ainda mais severamente, a reforma agrária e impor um modelo agroexportador predatório em termos sociais e ambientais como única alternativa para a agropecuária brasileira.

Concentração fundiária

A concentração fundiária no Brasil aumentou nos últimos dez anos, conforme o Censo Agrário do IBGE. A área ocupada pelos estabelecimentos rurais maiores do que mil hectares concentra mais de 43% do espaço total, enquanto as propriedades com menos de 10 hectares ocupam menos de 2,7%. As pequenas propriedades estão definhando enquanto crescem as fronteiras agrícolas do agronegócio.

Conforme a Comissão Pastoral da Terra (CPT, 2009) os conflitos agrários do primeiro semestre deste ano seguem marcando uma situação de extrema violência contra os trabalhadores rurais. Entre janeiro e julho de 2009 foram registrados 366 conflitos, que afetaram diretamente 193.174 pessoas, ocorrendo um assassinato a cada 30 conflitos no primeiro semestre de 2009. Ao todo, foram 12 assassinatos, 44 tentativas de homicídio, 22 ameaças de morte e 6 pessoas torturadas no primeiro semestre deste ano.

Não violência


A estratégia de luta do MST sempre se caracterizou pela não violência, ainda que em um ambiente de extrema agressividade por parte dos agentes do Estado e das milícias e jagunços a serviço das corporações e do latifúndio. As ocupações objetivam pressionar os governos a realizar a reforma agrária.

É preciso uma agricultura socialmente justa, ecológica, capaz de assegurar a soberania alimentar e baseada na livre cooperação de pequenos agricultores. Isso só será conquistado com movimentos sociais fortes, apoiados pela maioria da população brasileira.

Contra a criminalização das lutas sociais


Convocamos todos os movimentos e setores comprometidos com as lutas a se engajarem em um amplo movimento contra a criminalização das lutas sociais, realizando atos e manifestações políticas que demarquem o repúdio à criminalização do MST e de todas as lutas no Brasil.

Ana Clara Ribeiro
Ana Esther Ceceña
Boaventura de Sousa Santos
Carlos Nelson Coutinho
Carlos Walter Porto-Gonçalves
Claudia Santiago
Claudia Korol
Ciro Correia
Chico Alencar
Chico de Oliveira
Daniel Bensaïd
Demian Bezerra de Melo
Fernando Vieira Velloso
Eduardo Galeano
Eleuterio Prado
Emir Sader
Gaudêncio Frigotto
Gilberto Maringoni
Gilcilene Barão
Heloisa Fernandes
Isabel Monal
István Mészáros
Ivana Jinkings
José Paulo Netto
Lucia Maria Wanderley Neves
Luis Acosta
Marcelo Badaró Mattos
Marcelo Freixo
Maria Orlanda Pinassi
Marilda Iamamoto
Maurício Vieira Martins
Mauro Luis Iasi
Michael Lowy
Otilia Fiori Arantes
Paulo Arantes
Paulo Nakatani
Plínio de Arruda Sampaio
Reinaldo A. Carcanholo
Ricardo Antunes
Ricardo Gilberto Lyrio Teixeira
Roberto Leher
Sara Granemann
Sergio Romagnolo
Virgínia Fontes
Vito Giannotti

Assine também: http://www.petitiononline.com/boit1995/petition.html

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Jornal da Record revida ataques da Rede Globo e Jornal Nacional


Por Humberto Carvalho Jr.

Com cerca 15 minutos, matéria veiculada, ontem (12), no Jornal da Record narra parte da obscura história da Rede Globo e suas relações espúrias com o regime ditatorial brasileiro, além de envolvimentos com escândalos, como a Time-life, Proconsult e o dossiê dos Vedoin. Recheada de imagens de arquivo, a reportagem foi uma clara resposta aos ataques da emissora dos Marinho, obrigada a lembrar de seu longo telhado de vidro.

Na última terça-feira (11), além de dedicar mais de 10 minutos à abertura de ação criminal contra o bispo Edir Macedo e mais nove membros da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, a matéria do Jornal Nacional afirmou que os veículos de comunicação da Rede Record foram comprados com dinheiro ilegal.

Aos desatentos, parece que não há nenhum valor informativo externo ao interesse público na notícia veiculada pelo JN. Porém, não foram apenas os critérios jornalísticos que guiaram a composição e publicação da reportagem. A emissora do bispo da Igreja Universal vem ameaçando constantemente a hegemonia da Rede Globo.

Somente neste mês, a “Vênus Platinada” sofreu diversas derrotas no índice de audiência. Segundo o website Terra Magazine, o programa Hoje em Dia, da Record, conseguiu a liderança absoluta, nessa segunda-feira (10), das 9h29 às 13h16. A atração registrou média de 10 pontos, pico de 12 e share de 29%, enquanto a concorrente marcou 8 pontos de média na mesma faixa de horário.

De acordo com o website Vermelho, a Record impôs uma das derrotas mais humilhantes à sua rival na semana passada, quando o Programa do Jô perdeu, na terça-feira (4), para o Fala que Eu te Escuto, da Igreja Universal. Enquanto os programas ficaram simultaneamente no ar, a Record marcou 5,7 pontos e a Globo, 5,6. Jô entrevistou Elba Ramalho. O Fala pegou carona em Bela, a Feia. Leia mais aqui.

É uma pena que episódios como este duelo entre duas das maiores emissoras do país não gere discussões sobre o papel dos meios de comunicação de massa. Em vez disso, alguns veículos e colunistas néscios já estão falando em guerra das tv's, um festival infindável de baboseiras com embalagem de jornalismo.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Ações do MST na Bahia

Nesta terça-feira (11/8), cerca de 400 integrantes do MST ocuparam a superintendência doInstituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Salvador (BA), em protesto contra os cortes do orçamento da Reforma Agrária e em defesa do assentamento das 28 mil famílias acampadas em todo o estado.

"A política econômica do governo federal não tem condições de resolver os problemas dos acampados, assentados e dos pequenos produtores. Queremos abrir um debate com a sociedade sobre a necessidade da Reforma Agrária e fazer pressão para os órgãos públicos funcionarem", afirmou o integrante da direção estadual do MST, Eudes Valeriano.

O MST exige o descontingenciamento de R$ 800 milhões do orçamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para este ano e aplicação na desapropriação e obtenção de terras, além de investimentos no passivo dos assentamentos.

Parte significativa das famílias acampadas do MST está à beira de estradas desde 2003. O ato também exige o assentamento das 90 mil famílias acampadas pelo país e o investimento em habitação, infra-estrutura e produção de 45 mil famílias que estão assentadas apenas no papel.

A previsão do MST da Bahia é permanecer até sexta-feira com a ocupação, que faz parte da Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária, que acontece em todo o Brasil.

Fonte: website mst.org

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Gay Talese participa do Roda Viva


Por Humberto Carvalho Jr.

O programa Roda Viva que será exibido nesta segunda-feira (20), às10h10, terá como entrevistado o jornalista americano Gay Talese, um dos maiores nomes do jornalismo literário.

Ao lado de jornalistas e escritores, como Truman Capote, Norman Mailer, Tom Wolf e outros, Talese foi um dos principais autores do New Journalism, gênero jornalístico surgido na imprensa dos Estados Unidos, na década de 60. A principal característica do gênero é misturar a narrativa jornalística com recursos da literatura (beletrística).

De acordo com Talese:
"O novo Jornalismo, embora possa ser lido como ficção, não é ficção. É, ou deveria ser, tão verídico como a mais exata das reportagens, buscando, embora uma verdade mais ampla que a possível através da mera compilação de fatos comprováveis, o uso de citações, a adesão ao rígido estilo mais antigo. O novo jornalismo permite, na verdade exige, uma abordagem mais imaginativa da reportagem e consente que o escritor se intrometa na narrativa se o desejar, conforme acontece com freqüência, ou que assuma o papel de observador imparcial, como fazem outros, eu inclusive".
Aos 77 anos, com 11 livros publicados, o jornalista prepara seu próximo livro. O livro mais conhecido do autor é Fama e Anonimato, uma coletânea de importantes textos de sua obra, como o perfil de Frank Sinatra e do lutador de boxe Floyd Peterson.

sábado, 4 de julho de 2009

Aumenta repressão golpista em Honduras

Vídeo editado pelo website Vermelho.org mostra a repressão dos golpistas contra manifestantes em Honduras. Além de jogar bombas de gás lacrimogêneo em um hospital público, militares tiraram diversos veículos de comunicação do ar, como a Rádio Globo e o Canal 36, onde jornalistas foram agredidos. As manifestações contra o golpe crescem na mesma proporção da repressão golpista.


De acordo com o website, funcionários da OEA (Organização dos Estados Americanos) estão negociando uma anistia ao presidente golpista, Roberto Micheletti, e seus aliados pela volta de Manuel Zelaya ao país e à presidência.

O golpe de Estado em Honduras, assim como em 2002 na Venezuela, é mais uma prova de que só há democracia quando o poder está nas mãos da classe dominante. Sempre que são contrariados, os paladinos do "Liberté, Égalité e Fraternité" são os primeiros a instaurarem uma ditadura.

No último domingo, uma consulta sobre a possibilidade de se mudar a Constituição do país seria realizada em Honduras. Os eleitores responderiam sim ou não à seguinte pregunta:
"Está de acordo com que nas eleições gerais de novembro de 2009 se instale uma quarta urna para decidir sobre a convocação de uma Assembleia Constituinte que aprove uma nova Constituição política?".
Como justificativa do golpe, a oposição afirma que Zelaya tinha a intenção de tentar a reeleição, o que é vetado pela atual Constituição.

Segundo o diário Público (Madrid), Micheletti "solicitou imunidade e um destino tranquilo fora de Honduras para abandonar o poder" em sua reunião nesta sexta-feira (3) com o secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), o chileno José Miguel Insulza. Clique aqui para acessar o texto original.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Diploma de Jornalista: ABI repudia a decisão do STF


Nesta quarta-feira, 17, o Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional a exigência de diploma de nível superior para o exercício da profissão de jornalista.

O Ministro Gilmar Mendes foi o relator do Recurso Extraordinário nº 511961, e votou
contrariamente à exigência do diploma como requisito para o exercício da profissão. Na opinião dele, a Constituição Federal de 1988, ao garantir a ampla liberdade de expressão, não recepcionou o Decreto-Lei nº 972/69, que exigia o diploma.

O voto do relator foi acompanhado pelos Ministros Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Eros Grau, Carlos Ayres Britto, Ellen Gracie, Cezar Peluso e Celso de Mello. O Ministro Marco Aurélio de Melo votou pela permanência da exigência do diploma. Os Ministros Joquim Barbosa e Carlos Alberto Menezes Direito não estavam presentes na sessão.

Em Brasília, onde foi participar da entrega de uma premiação, o Presidente da ABI, Maurício Azêdo, foi informado da decisão do STF e emitiu a seguinte declaração:

“A ABI lamenta e considera que esta decisão expõe os jornalistas a riscos e fragilidades e entra em choque com o texto constitucional e a aspiração de implantação efetiva de um Estado Democrático de Direito entre nós, como prescrito na Carta de 1988.

A ABI tem razões especiais para lamentar esse fato porque, já em 1918, há mais de 90 anos portanto, organizou o 1º Congresso Brasileiro de Jornalistas e aprovou como uma das teses principais a necessidade de que os jornalistas tivessem formação de nível universitário. Com esse fim, chegou a aprovar a possível grade curricular do curso de Jornalismo a ser implantado.

A ABI espera que as entidades de jornalistas, à frente a Federação Nacional dos Jornalistas-Fenaj, promovam gestões junto às lideranças do Congresso Nacional, para restabelecer aquilo que o Supremo Tribunal está sonegando à sociedade: um jornalismo feito com competência técnica e alto sentido cultural e ético”.

Maurício Azêdo, Presidente da ABI.

Fonte: Fenaj

terça-feira, 16 de junho de 2009

Folha de S. Paulo amarga enorme derrota em sua própria enquete

Por Humberto Carvalho Jr.

Na tentativa de induzir, mais uma vez, o leitor a compactuar com os interesses da "grande imprensa" e políticos que tentam desgastar a imagem da Petrobràs, a Folha de S. Paulo lançou uma tendenciosa enquete em seu website. E o tiro saiu pela culatra.

Pergunta a enquete:
Você aprova a decisão da Petrobras de vazar em blog as perguntas feitas por jornalistas para reportagens que ainda não foram publicadas?
Para a tristeza dos dirigentes do jornal paulista, 85% dos 5.018 votos aprovam a decisão da estatal brasileira. O restante , apenas 15% dos votantes, concordam com as grandes emissoras. Ou seja, a missão foi um fracasso. Clique na figura abaixo ou clique aqui para visualizar melhor o resultado da enquete.


A enquete é apenas uma parte da campanha de desvalorização perpetrada pela mídia nativa. Algumas semanas após a aprovação da CPI que investigará a Petrobras, foi criado o blog Fatos e Dados, onde a empresa divulga informações e analisando a cobertura da imprensa sobre a empresa.

O meios de comunicação, incomodados com a idéia, não fazem a mínima questão de esconder o desconforto de ter sua hegemonia posta em xeque. Desde a sua criação, o weblog Fatos e Dados sofre com os ataques de diversas publicações veiculadas pelas maiores empresas de comunicação do país.

Nesta terça (16), foi publicado no blog uma resposta ao diário paulista, que havia questionado os gastos da companhia com publicidade (clique aqui).

Quantas enquetes como esta serão necessárias para a Folha notar que o leitor não é um quadro em branco?


sábado, 23 de maio de 2009

Política e suicídio...

Por Humberto Carvalho Jr.

Envergonhado por um escândalo de corrupção, o ex-presidente da Coréia do Sul, Roh Moo-hyun, suicidou-se, na manhã deste sábado (23), ao pular de uma montanha perto da cidade de Gimhae, onde vivia (450 quilômetros ao sul de Seul). Roh, um reformista, tinha orgulho de seu histórico de honestidade, em um país com longa história de corrupção. Ele governou a Coreia do Sul entre 2003 e 2008.

"Sinto muito por ter desapontado vocês. Não tenho coragem de aparecer mais em público", disse o ex-presidente antes de dar seu depoimento aos promotores responsáveis pela investigação do caso, em 30 de abril. Os promotores questionaram Roh durante 13 horas a respeito das acusações de que ele teria aceito mais de US$ 6 milhões em subornos de um empresário sul-coreano, quando era presidente. Segundo os partidários de Roh, as acusações contra o ex-presidente tinham motivações políticas.

Na verdade, o Imprensa Marginal destacou tal fato não apenas por considerar os seus critérios de noticiabilidade, mas sobretudo pelo receio de que o ato do ex-presidente sul-coreano ganhe adeptos entre os políticos brasileiros. O leitor há de concordar, ao menos parcialmente, que seria um verdadeiro desastre (não político), mesmo sabendo da impossibilidade da repetição de tão infausto acontecimento no Brasil.

Aqui em Banana Land, as pessoas tentam se matar exatamente pela falta de vergonha dos nossos políticos. Ontem (22), por volta das 10h, o professor de Educação Física do Projeto Frutos do Brasil, Raylan nunes, ameaçou se jogar da Ponte Wall Ferraz, Teresina (PI). Segundo Raylan, quando a Embaixada Japonesa tomou conhecimento do seu projeto, em 2007, prometeu liberar R$ 900 mil para a criação de um centro esportivo, mas a obra teria sido vetada pela prefeitura da capital piauense. O prefeito Silvio Mendes (PSDB) negou o embargo.

Segundo informações da mídia local,
Raylan foi informado por Messias Carneiro, da Superintedência de Desenvolvimento Urbano (Sudeste), que a obra havia sido vetada por falta de orçamento, e que na atual conjuntura de crise econômica e contensão de despesas, o projeto teria saído das prioridades, mas que seria colocado quando houvesse oportunidade.

O professor desistiu de se suicidar e aguarda uma posição da prefeitura.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Para a Rede Globo racismo no Brasil é mito

Por Humberto Carvalho Jr.

Embora o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) tenha divulgado, nesta terça-feira (19), uma pesquisa que revela grande desigualdade salarial entre negros e brancos, uma matéria veiculada no Jornal Nacional, no mesmo dia, afirma que o preconceito racial no Brasil não passa de um mito.

Segundo o vídeo, vivemos numa democracia invejável, onde negros, índios e brancos convivem na mais perfeita harmonia, versão facilmente desmentida pelos dados apresentados pelo IBGE. Conforme a pesquisa, um comparativo de março de 2003 a março deste ano, revelou que em questões de ocupação, escolaridade e rendimento, a renda média real dos negros e pardos foi de R$ 690,3 para R$ 847,7, enquanto que a dos brancos foi de R$ 1.443,3 para R$ 1.663,9.

A matéria apresentada no JN teve como objetivo mais direto, além de abafar (mais uma vez) a discussão sobre uma das mais perversas formas de preconceito ainda existente em nossa sociedade e suas conseqüências, pressionar o cancelamento do projeto do Estatuto da Igualdade Racial, que estava em votação na Câmara Federal. O resultado, ou seja, o cancelamento da votação do projeto foi comemorado, nesta quarta-feira (20), no website da emissora, Globo.com.

A grosseira repulsa da emissora em relação ao projeto torna-se mais evidente se forem analisadas as propostas que pretendem aumentar a participação de negros nos meios de comunicação. De acordo com o texto do projeto, os filmes e programas veiculados pelas emissoras de televisão deverão apresentar imagens de pessoas afrodescendentes em proporção mínima de 25% do número total de atores. No caso das peças publicitárias para televisão e salas de cinema esse patamar sobe para 40% do número de atores.

Cinco dias antes da veiculação de tal matéria no JN, o ministro Edson Santos (Igualdade Racial), Em evento de lançamento de ações afirmativas para negros, reagiu às declarações do general de exército Paulo César de Castro, que havia exaltado o golpe militar de 1964 e criticado as políticas de cotas raciais na educação (leia na íntegra aqui). “Ele [general Castro], um cidadão branco, disse que entrou no colégio militar sem precisar de cota. É evidente”, afirmou o ministro.

Baseada na mesma ideologia do general Castro e tantos outros remanescentes do regime militar brasileiro, o jornalismo “global” apenas cumpriu, maquiavelicamente (aqui no termo mais comum da palavra), com o seu dever diário de defender os interesses da classe dominante, e, sobretudo neste caso, os próprios.

Certamente, a desigualdade social e todas as suas conseqüências não deixaram de existir em nossa sociedade por intermédio de políticas públicas de inclusão social como as cotas raciais. No entanto, tais medidas mostram-se imprescindíveis devido ao seu caráter emergencial na reparação de séculos de injustiça social no Brasil, perpetradas pela minoria branca. Exatamente por isso, os grandes meios de comunicação e seus pupilos são contra tais medidas.

Considerando a delicadeza e complexidade do tema, sugiro a leitura da cartilha “Cotas raciais: por que sim?”, publicada em parceria pelo Ibase e Observatório da Cidadania (RJ), em 2006.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Folha defende Gilmar Mendes ainda antes dos manifestos

Por Humberto Carvalho Jr.

Numa tentativa desesperada de recuperar a imagem do Supremo Tribunal Federal e seu presidente, o paladino da justiça e da democracia Gilmar Mendes, a Folha de S. Paulo se antecipou aos manifestos marcados para esta quarta-feira (6), às 19h, em diversas capitais do país e em frente ao STF. O diário paulista revelou um Mendes desconhecido por nós, vítima de acusações levianas.

O repórter Márcio Falcão, autor da notícia sobre a indiferença de Mendes aos protestos, usou das aspas com bastante esperteza, passando a idéia de imparcialidade. Veja, no trecho, como o jornalista narra a discussão entre o ministro Barbosa e Mendes:
As manifestações contra Mendes se acenturam há duas semanas, quando ele protagonizou um bate-boca com o colega Joaquim Barbosa. Na ocasião, o presidente do STF foi acusado pelo colega de "destruir a Justiça" do país. Disse ainda que Mendes deveria sair às ruas, e não na mídia. Mendes pediu respeito a Barbosa, que chegou a afirmar que Mendes não estava falando com os seus "capangas de Mato Grosso".
Nota-se que o texto de Folha condena as declarações de Barbosa, que teve a audácia de insinuar que o presidente do STF possui capangas em seu berço político. Mais: o jornalista , diferentemente de todos que assistiram ao vídeo, lembra que somente Mendes pediu respeito. Tais críticas não fariam sentido algum se a imprensa nativa não se mostrassem tão apegadas ao dogma de apreensão da realidade, com objetividade e isenção.

A liberdade de imprensa, agora mais do que nunca com a revogação da Lei de Imprensa, está aí para permitir a publicação de todo o tipo de libertinagem, inclusive panfletos reacionários como Veja, Folha e muitos outros. Cobra-se da imprensa apenas o que ela promete. E o leitor/ espectador/ ouvinte cobra à sua maneira. Veja, abaixo, a reportagem do noticiário da TV Record que aborda a diminuição da tiragem do ainda mais vendido jornal do país, a Folha.



O movimento "Saia às ruas Gilmar" pretende reunir 10 mil pessoas na Praça dos Três Poderes, hoje, em protesto a postura de Mendes à frente do STF.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Trabalho Escravo ainda assola o Brasil

Por Humberto Carvalho Jr.

Neste 1º de maio, Dia do Trabalhador, optei por uma homenagem mais condizente com a realidade do trabalho em nosso país. Como todo o conteúdo desta página, a intenção é mostrar o que a grande imprensa nativa, defensora dos interesses da elite, jamais mostrará. Garanto , ao menos, que esta mídia nunca apresentará conteúdo qualquer com este enquadramento.

Refiro-me ao documentário "Aprisionados por promessas: a escravidão rural contemporânea no Brasil", um vídeo produzido em 2006 pela Comissão Pastoral da Terra, em parceria com o Centro pela Justiça e o Direito Internacional e a Witness. Com base nos depoimentos de de trabalhadores rurais ex- escravidos e pessoas que trabalham no combate ao trabalho escravo, o vídeo retrada a situação de trabalhadores aliciados e escravizados em fazendas e carvoarias, bem como os principais desafios para a erradicação desse tipo de crime no país.

Segundo o video, autoridades brasileiras assumiram que cerca de 25 mil trabalhadores rurais entram em regime de escravidão a cada ano. Porém, ainda de acordo com o mesmo, desde o início das fiscalizações em 1995, nenhum dos proprietários de terra foi preso pelo crime de Trabalho Escravo.

Progresso a qualquer custo: este é o tipo de progresso idealizado pelo presidente do STF, Gilmar Mendes, e todos os outros políticos neoliberalistas, apoiados pelas maiores empresas de comunicação do Brasil. Assista ao vídeo "Aprisionados por promessas" e tire suas próprias conclusões sobre o modelo de desenvolvimento vigente em nosso país.


Em 2003, o Ministério do Trabalho começou a publicar uma "Lista Suja" com os nomes dos proprietários flagrados com trabalhadores em regime de escravidão em suas fazendas. A relação é atualizada semestralmente. A partir de sua última atualização, em de 2009, o cadastro contém 205 infratores, entre pessoas físicas e jurídicas, não computados os casos de exclusão determinados por decisão judicial. Para ter acesso à lista, clique aqui.

Mais da metade de todas as terras férteis do país está nas mãos de apenas 3% de proprietários.

* Com informações do website Repórter Brasil.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Governador de Roraima chama índios de animais

Por Humberto Carvalho Jr.

Irritado com a decisão do Supremo Tribunal Federal, que negou a prorrogação do prazo para a desocupação da Raposa Serra do Sol, o governador de Roraima, José de Anchieta Junior (PSDB), chamou os índois de animais nesta quinta-feira (30). "Sem o elo com o branco, isso vai virar um zoológico humano. São animais humanos, infelizmente", disse o governador tucano.

Talvez nem mesmo a Carta a el-rei D. Manuel, de Pero Vaz de Caminha, que completa hoje 509 anos, tenha um tom etnocêntrico quanto o infausto discurso de Anchieta Junior. Se analisarmos do ponto de vista da classe para a qual o PSDB governa, não há uma letra sequer fora do lugar. O governador apenas externou o que a elite nativa pensa a respeito dos índios. E, por mais absurdo que pareça, os brancos da declaração do governador tucano, aqueles cujos os índios serão privados do convívio, pensam como o político que os representa.

Mas, enfim, ainda há quem creia no descobrimento do Brasil e muitas outras lendas da história da "civilização'.

As palavras de Anchieta Junior não difere em nada à tese publicada na última edição de Veja sobre a discussão no STF. Segundo o panfleto (Veja), o ministro Joaquim Barbosa ocupa o cargo somente porque o presidente Lula precisar de um negro no STF, e não por competência (leia mais aqui).

Assista, abaixo, ao vídeo da entrevista veiculada no Jornal Nacional (30/04/09).


Só para lembrar, pesam sobre o governador de Roraima três acusações: uso de evento para a concessão de 36.671 benefícios do programa estadual Vale Solidário para benefício eleitoral, renovação de 1.050 bolsas de estudos universitários às vésperas do pleito e concessão, dois dias antes da eleição, de renúncia de receita a empresas de transportes e telecomunicações sem aprovação da Assembléia Legislativa.

Manifesto cobra ao ministro do STF , Gilmar Mendes, que saia às ruas

Por Humberto Carvalho Jr.

"Gilmar Mendes: 'saia às ruas' e não volte ao STF". Estas são as palavras de ordem da mais nova campanha contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, com manifestação marcada para as 19h da próxima quarta-feira (6), em frente ao prédio do STF. O cartaz da campanha (veja a figura ao lado) lembra para que os participantes levem suas velas.

"Não haverá uma nova luz sobre o Judiciário, enquanto não terminarmos a luta que o povo brasileiro começou há 30 anos. Chegou a hora de concluir a transição democrática, de sair às ruas e iluminar a nossa história com novo choque de liberdade. O povo já tirou o Collor e tirará Gilmar Mendes", conclui o texto do manifesto Luz em nossa democracia, publicado no webblog da campanha.

Para mais informações acesse saiagilmar.blogspot.com/



segunda-feira, 27 de abril de 2009

Gilmar Mendes finalmente é chamado às falas, e "ao vivo"

Por Humberto Carvalho Jr.

Depois de “chamar às falas” o presidente Lula por duas vezes, finalmente chegou a vez do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, ser chamado às falas. O ministro da Justiça Joaquim Barbosa desmascarou o presidente do STF, acusando-o de estar “destruindo a credibilidade da Justiça brasileira”. O melhor é que o sermão, inevitavelmente, foi transmitido “ao vivo” em rede nacional. Assista ao vídeo abaixo.

Professores, alunos e ex-alunos da UnB (Universidade de Brasília) protestaram em frente ao prédio da Suprema Corte contra o presidente Gilmar Mendes. “Gilmar, saia às ruas e não volte ao STF”, dizia a faixa carregada pelos manifestantes. O professor João Francisco Araújo disse que o ato de apoio a Joaquim Barbosa era necessário para mostrar que as queixas do ministro são compartilhadas pela sociedade brasileira.

O protesto foi publicado apenas pelo jornal da “ditabranda”, Folha de S. Paulo. Ainda assim, em segundo plano, abaixo da matéria sobre a nota de apoio a Mendes, emitida na última sexta-feira (24) pelo partido do ex-PFL (DEM). Para o presidente nacional do partido, Rodrigo Viana, o ministro Mendes, “exemplo de homem público que age com correção e profunda consciência institucional” (agora, leitor, pode vomitar!), foi vítima de “agressões e expressões insultuosas”.

Como costumo evitar a publicação de conteúdo pornográfico neste blog, quem tiver interesse em ler a nota dos demos em apoio ao presidente do STF na íntegra pode clicar aqui.

Obviamente, nenhuma das acusações levantadas pelo ministro Barbosa serão levadas em conta pela imprensa corporativa brasileira. Afinal, trata-se de um dos maiores paladinos dos interesses da elite nacional. Dizendo mais seria redundante.

Professor de Sociologia, Colunista do website Agência Carta Maior e colaborador do Observatório da Imprensa, Gilson Caroni Filho deixa claro quem é o presidente do STF:

“Gilmar Mendes se destaca pelo senso de urgência no que julga ser seu principal papel como magistrado: dar sustentação jurídica às teses da oposição parlamentar no combate ao governo Lula. Mas o faz de forma tão atabalhoada que constrange até mesmo os “bons companheiros” das grandes redações. Aqueles que, desolados, vêem a imprensa estrangeira fazer uma leitura totalmente distinta dos recortes que elaboram diariamente.

Nessa empreitada, o presidente do Supremo tem sido alvo de crítica dos que lutam pela ampliação de direitos, pela criação de um ordenamento inclusivo, de uma legalidade que não seja restrita a um ordenamento institucional de distribuição de privilégios”.

O ministro Barbosa, que há alguns anos foi considerado herói pelo panfleto direitista Veja, já sofre com os ataques da mídia gorda. A mesma publicação que o colocou na capa como esperança de justiça no país, quando ele denunciou os 39 acusados no “mensalão” (ainda não provado), agora tenta menoscabar sua imagem.

O jornalista Paulo Henrique Amorim enumerou as seguintes ofensas publicadas em reportagem de Veja (págs.78 e 79) desta semana:

1) Barbosa deu uma de índio (no sentido pejorativo);

2) As acusações de Barbosa a Gilmar eram sem fundamento: logo, Barbosa mentiu;

3) Barbosa perdeu de vez a “compostura” (adjetivo que o PiG usa para desqualificar Barbosa, como se Gilmar fosse um “temperado” … (***))

4) Barbosa agiu de maneira inadequada (como se enlamear a imagem do Supremo fosse “adequado” …);

5) Barbosa só é Ministro porque o presidente Lula queria um negro no Supremo (****);

6) Barbosa não é um ministro, mas um procurador da República disfarçado de Ministro;

7) Barbosa é um demagogo: decide de acordo com a voz das ruas.

Antes de mais nada, a intenção foi sugerir a leitura de bons textos sobre o sermão pregado pelo ministro Barbosa em Gilmar Mendes. E ainda, informações imprescindíveis aos que tenham interesse em conhecer a política brasileira e, sobretudo, o que representa o atual presidente do STF.

Antes, assista ao vídeo abaixo, trecho do Programa Roda Viva, veiculado em 15 de dezembro pela TVE. Mendes não consegue responder o que o motivou a conceder habeas corpus duas vezes ao banqueiro Daniel Dantas, condenado a dez anos de prisão por suborno a um delegado da Polícia Federal, e tenta, ainda, desmerecer a revista semanal Carta Capital, que já publicou diversas reportagens que denunciam seus deslizes e suas relações espúrias na política.

Depois de assistir aos vídeos e ler os textos abaixo, o que você acha de Gilmar Mendes ocupar a mais alta corte do país? Poderá haver justiça no Brasil? Opine.

Sugestões de Leitura:

A nudez de Gilmar Mendes, de Gilson Caroni Filho.

A Terra dos Mendes, do jornalista Leandro Fortes.

Ministro Barbosa, Quem mandou levar a Veja a Sério ?, do jornalista Paulo Henrique Amorim.

Joaquim Barbosa, Herói. Palavra de Veja, publicado em Vi O Mundo (Original aqui).

Quem são os capangas de Mendes, do jornalista Luiz Azenha.

Por que a mídia e Gilmar vão mudar de assunto rapidinho?, também de Luiz Azenha.