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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Ao "Dia do Samba"

Nascido em 11 de dezembro de 1910, no Rio de Janeiro, o filho do comerciante Manuel Garcia de Medeiros Rosa e da professora Martha de Medeiros Rosa, Noel Rosa é merecidamente o homenageado do Dia do Samba, neste ano.

Criado em Vila Isabel, bairro carioca, o garoto estudou no tradicional Colégio São Bento, onde fazia a alegria de seus colegas tocando bandolin. Mais tarde ele foi para a Faculdade de Medicina, mas desistiu logo. À época, Noel já tocava violão muito bem e tornara-se bastante conhecido na boemia da cidade.

Nas noitadas regadas à cervejas e sambas, o “Poeta da Vila” encontrou sua verdadeira vocação. Abandonou o sonho dos pais para seguir a carreira de sambista. Resultado: Noel Rosa consagrou-se como um dos melhores compositores da chamada “Época de Ouro” da MPB.

Abaixo, você pode ler Tarzan (O Filho do Alfaiate), uma das minhas preferidas.



Noel Rosa: Tarzan, O Filho do Alfaiate


Quem foi que disse que eu era forte?
Nunca pratiquei esporte, nem conheço futebol...
O meu parceiro sempre foi o travesseiro
E eu passo o ano inteiro sem ver um raio de sol
A minha força bruta reside
Em um clássico cabide, já cansado de sofrer
Minha armadura é de casimira dura
Que me dá musculatura, mas que pesa e faz doer

Eu poso pros fotógrafos, e destribuo autógrafos
A todas as pequenas lá da praia de manhã
Um argentino disse, me vendo em Copacabana:
'No hay fuerza sobre-humana que detenga este Tarzan'

De lutas não entendo abacate
Pois o meu grande alfaiate não faz roupa pra brigar
Sou incapaz de machucar uma formiga
Não há homem que consiga nos meus músculos pegar
Cheguei até a ser contratado
Pra subir em um tablado, pra vencer um campeão
Mas a empresa, pra evitar assassinato
Rasgou logo o meu contrato quando me viu sem roupão

Eu poso pros fotógrafos, e destribuo autógrafos
A todas as pequenas lá da praia de manhã
Um argentino disse, me vendo em Copacabana:
'No hay fuerza sobre-humana que detenga este Tarzan'

Quem foi que disse que eu era forte?
Nunca pratiquei esporte, nem conheço futebol...
O meu parceiro sempre foi o travesseiro
E eu passo o ano inteiro sem ver um raio de sol
A minha força bruta reside
Em um clássico cabide, já cansado de sofrer
Minha armadura é de casimira dura
Que me dá musculatura, mas que pesa e faz doer