Por Humberto Carvalho Jr.
O “resgate” da ex-senadora franco-colombiana Ingrid Betancourt e outros 14 reféns está entre as piores lendas que já se ouviu neste pedaço de século. A inacreditável operação perfeita do Exército colombiano, no melhor estilo Rambo, ficou ainda mais inverossímil depois que a principal emissora pública francófona, a Radio Suisse Romande (RSR), sustentando-se em uma “fonte segura”, afirmou que membros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) receberam cerca de 20 milhões de dólares para libertar os reféns. Ainda mais patética que a encenação do resgate foi a resposta da ex-refém: "De acordo com o que vi durante a operação - e sinceramente não me considero uma pessoa fácil de enganar - não acredito que tenha havido uma encenação”.
Como normalmente em situações semelhantes, as operações são filmadas em detalhes – conforme ocorreu no ataque, em 1º de março que resultou na morte de Raul Reyes, conhecido como o segundo homem das Farc, e na violação do território equatoriano –, a RSR questiona “porque não foi difundido nenhum vídeo, dado que a operação foi um êxito”. O governo colombiano continua negando o pagamento do resgate, mantendo a versão quixotesca.
Considerando, logicamente, a latente aptidão para a elaboração de narrativas de ficção, Ingrid, apesar dos maus-tratos que afirma ter sofrido durante os últimos seis anos em que passou no acampamento das Farc, revelou-se uma verdadeira atleta. Não somente pelos aspectos físicos, com sua face gorda e corada, mas pela sua atuação poucos dias após sua “libertação”. O que ela diria, sem dúvidas, que fez por merecer. E Seus amigos não a deixam mentir. Segundo Luis Eladio Perez, também ex-refém das Farc, libertado no início do ano, ambos tentaram fugir para o Brasil a nado (excesso de autoconfiança ou ignorância mesmo).
Afirmo com tranqüilidade que qualquer maratonista já teria perdido o fôlego se tentasse acompanhar a ex-senadora. Em seu primeiro dia de liberdade, sua primeira libertinagem foi apoiar o terceiro mandato de Álvaro Uribe. No dia seguinte, recomendou ao presidente equatoriano, Rafael Correa, que esquecesse antigas zangas e trabalhasse pela paz na região. Disse, dois dias depois, que o presidente venezuelano, Hugo Chávez, é imprescindível para um diálogo com as Farc. Na terça-feira (8/7), ela afirmou que “é preciso conversar até com as pessoas que odiamos”. Na última quinta-feira (10/7), Ingrid contou que se emocionou ao ouvir os jogos da copa por um rádio de pilhas, e que adorou a cabeçada que o Zidane desferiu em Materazzi, o que lhe rendeu uma camisa autografada pelo ex-atacante da seleção francesa de futebol. Ao final, certamente como recompensa de seu desempenho e honestidade, a ex-refém ganhou a medalha da Legião da Honra.
Urff!!! No início desta semana ela, felizmente, declarou que precisa descansar.
3 comentários:
Fontes seguras do pentágono afirmaram que o Batman, o Super Homem e o Homem Aranha auxiliaram no 'resgate'. Eu só tenho uma dúvida: não disseram há algum tempo que ela tava com hepatite Z, vírus Ebola, e o caralho a quatro?
Acho que esses caras puseram ela num Spa.
Mas como você mesmo me disse, considerando-se as besteiras que a ex-senadora tem feito e dito, a gente até entende porque ela estava sequestrada. Companheiros Farianos (das Farc), por favor, levem a Ingrid de volta...
Bruno!
Com toda certeza, os problemas virais da Ingrid foram todos resolvidos com o novo anti-vírus da Kaspersky (9.0). O programa é ótimo. No mais, a maratona que assistimos atônitos evidencia por que ela foi sequestrada pelas Farc.
Abraços
Eu quando soube do espetacular resgate me perguntei. -Será que isso é verdade? - Foi muito brilhante e digno de filme hollywoodiano.E ainda pergunto-me. - Será que não foi uma arramção esses seis anos que ela esteve "presa"?. Mas acho que ela não se prestaria a isso, porém para uma pessoa que estava cheia de doenças graves ela está muito bem. Melhor do que eu.
Eu sempre fico com um pé atrás com essas coisas, ainda mas quando se trata de poder.
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