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domingo, 15 de novembro de 2009

Sexta-feira 13 causou acidente do Rodoanel em São Paulo

Por Humberto Carvalho Jr.

Para o Partido da Imprensa Golpista (PIG), a tragédia do Rodoanel, em São Paulo, ocorrida na última sexta-feira (13), não passou de um fato de má sorte comum a data. Ao menos, é assim que deveríamos entender o acidente se acompanharmos o raciocínio dos donos da mídia.

Veja abaixo, manchete do website G1, da Rede Globo, no sábado (14). A imagem foi publicada pelo weblog Cloaca News. Clique na imagem para acessar a mátéria na íntegra.


Inacreditavelmente, a matéria afirma que técnicos do Instituto de Criminalística investigarão o acidente para saber se houve falha na execução da obra. "Eles vão analisar se as vigas estavam bem presas no viaduto", ridiculariza o portal de notícias. Comprovarão apenas o óbvio, inclusive as irregularidade já denunciadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Auditoria realizada, em 2008, pelo TCU revelou que o consórcio formado pelas empreiteiras OAS, Mendes Júnior e Carioca alterou o projeto básico da obra para baratear o custo dos viadutos. Segundo reportagem de Adriana Ferraz, do jornal Agora, o superfaturamento na construção do trecho sul do Rodoanel apontam prejuízo de cerca de R$ 180 milhoẽs ao cofres públicos. Leia mais aqui.

"Jornalismo Canalha"

Contudo, tantos critérios de noticibilidade evidentes no caso não foram suficiente para ganhar as manchetes dos principais jornais do país. Na capa do maior diário paulista, Folha de S. Paulo, apesar da fotografia da cena do crime em primeiro plano, o apagão foi que ganhou destaque em letras (quase) garrafais.

Nenhuma das reportagens publicadas nos jornalões burgueses relacionaram o fato às relações espúrias entre as empreiteiras e o governo tucano. O candidato do PIG, José Serra, mais uma vez escapou ileso.

Travestida de jornalismo, a campanha continua.

Um comentário:

www.osmunicipios.com.br disse...

Grande jornalista não sei se ssabes oRodoanel não avisou Autopista sobre obras em viaduto.

Um boletim de ocorrência registrado na delegacia de Embu indica que as empreiteiras responsáveis pelo trecho Sul do Rodoanel não informaram a Concessionária Autopista, que é responsável pela administração da Régis Bittencourt, sobre obras no trecho um dia antes da queda de três vigas, que fizeram três feridos na última sexta-feira, dia 13.

O BO, registrado na quinta-feira, dia 12, buscava isentar a empresa de culpa sobre algum eventual acidente. A Concessionária deveria ter recebido a informação para que fosse comunicado aos motoristas que transitavam no local. A implantação das vigas estava programada para os dias 7, 8, 9 e 10 de novembro.

Porém, o trabalho só pode ser realizado no último dia, por causa das chuvas que impossibilitou o andamento dos serviços nos primeiros dois dias. No terceiro dia, as máquinas apresentaram problemas. De acordo com o boletim de ocorrência, as empreiteiras colocaram máquinas pesadas no canteiro de obras do Rodoanel. A interdição da pista contou com apoio da Polícia Rodoviária Federal, entretanto, sem que a Autopista fosse avisada.

Por outro lado, a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) informou em nota oficial nesta segunda-feira, dia 16, que o consórcio que realiza as obras do trecho Sul do Rodoanel tinha permissão para fazer o içamento das outras vigas. O pedido para o término da obra havia sido feito na noite da quinta-feira, um dia antes do acidente.

A agência informou ainda que tinha conhecimento da operação. "Na sexta-feira (13) pela manhã, após a solicitação do consórcio, foi concedida nova autorização para o içamento das vigas a partir da madrugada de sábado para domingo".

A nota emitida pela agência ainda diz que "na quinta-feira (12), entre 22h e 23 h, a ANTT foi informada pela concessionária de que as obras de lançamento das vigas estavam sendo retomadas, sem conhecimento da Autopista. A ANTT orientou a concessionária a registrar boletim de ocorrência policial sobre o fato, o que ocorreu na mesma quinta-feira, para se resguardar de responsabilidades por eventuais riscos ao tráfego da rodovia federal".
Abraços
Prof. Franco