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sexta-feira, 1 de maio de 2009

Trabalho Escravo ainda assola o Brasil

Por Humberto Carvalho Jr.

Neste 1º de maio, Dia do Trabalhador, optei por uma homenagem mais condizente com a realidade do trabalho em nosso país. Como todo o conteúdo desta página, a intenção é mostrar o que a grande imprensa nativa, defensora dos interesses da elite, jamais mostrará. Garanto , ao menos, que esta mídia nunca apresentará conteúdo qualquer com este enquadramento.

Refiro-me ao documentário "Aprisionados por promessas: a escravidão rural contemporânea no Brasil", um vídeo produzido em 2006 pela Comissão Pastoral da Terra, em parceria com o Centro pela Justiça e o Direito Internacional e a Witness. Com base nos depoimentos de de trabalhadores rurais ex- escravidos e pessoas que trabalham no combate ao trabalho escravo, o vídeo retrada a situação de trabalhadores aliciados e escravizados em fazendas e carvoarias, bem como os principais desafios para a erradicação desse tipo de crime no país.

Segundo o video, autoridades brasileiras assumiram que cerca de 25 mil trabalhadores rurais entram em regime de escravidão a cada ano. Porém, ainda de acordo com o mesmo, desde o início das fiscalizações em 1995, nenhum dos proprietários de terra foi preso pelo crime de Trabalho Escravo.

Progresso a qualquer custo: este é o tipo de progresso idealizado pelo presidente do STF, Gilmar Mendes, e todos os outros políticos neoliberalistas, apoiados pelas maiores empresas de comunicação do Brasil. Assista ao vídeo "Aprisionados por promessas" e tire suas próprias conclusões sobre o modelo de desenvolvimento vigente em nosso país.


Em 2003, o Ministério do Trabalho começou a publicar uma "Lista Suja" com os nomes dos proprietários flagrados com trabalhadores em regime de escravidão em suas fazendas. A relação é atualizada semestralmente. A partir de sua última atualização, em de 2009, o cadastro contém 205 infratores, entre pessoas físicas e jurídicas, não computados os casos de exclusão determinados por decisão judicial. Para ter acesso à lista, clique aqui.

Mais da metade de todas as terras férteis do país está nas mãos de apenas 3% de proprietários.

* Com informações do website Repórter Brasil.

3 comentários:

Prof. Franco disse...

Esta coberto de razão escravidão foi banida no Brasil em 1888 e, ainda hoje, surgem denúncias de que o trabalho escravo persiste em algumas regiões do país. Parabens que sua carreira jornalistica seja sempre promissora.

Paulinho Apolonio disse...

É inevitável que esse tipo de coisa aconteça, pois quem patrocina essa descaração está no poder.
Muito nojento o humano ser trocado por máquinas, ser ameaçado, parar os estudos e etc, para servir de escravo para os grandes empresarios.
Belo post Humberto.
Abraços

Humberto Carvalho Jr. disse...

Oi, Paulinho!

Concordo em grande parte com você.Tenho apenas alguns pontos que desejo, não diria discordar, mas mostrar minhas opções.

Primeiro, acho que não podemos acreditar na impossibilidade de mudanças, mesmo as mais profundas, ainda que sejamos obrigados a enchergar pelas lentes da alienação, fazendo-nos achar que sempre foi e será assim.

Depois, penso lutaríamos com metas inadequadas ou, no mínimo, obsoletas, já que não são as máquinas que causam a desigualdade social. Estaríamos, assim, seguindo os "ludistas", os quebradores de máquinas do início do século XIX. Com isso, o socialismo continuaria a ser associado ao atraso.

No mais, concordo que são os donos do poder, sim, coniventes com a escravidão.

Ah! Já favoritei o seu blog. Está bem legal.

Valeu!